Em setembro de 2021, partilhamos aqui no blog os 15 Melhores Vinhos Portugueses. A ideia foi criar um guia genérico, com diferentes patamares de preço e que abrangesse todos os tipos de vinho – Tinto, Branco, Rosé, vinho tranquilo, vinho espumante… O foco do artigo de hoje é diferente, desta vez são apresentados 10 melhores vinhos tintos portugueses que já provei. Aqui apresenta-se a crème de la crème do que melhor se faz em Portugal.

Claro que isto é sempre subjetivo e depende do gosto de cada um e daquilo que valorizamos num vinho.

Para algumas pessoas o gosto recai sobre os vinhos complexos, quer no aroma, quer na boca, e onde cada gole é uma nova descoberta- é o caso. Vinhos que são grandes, e que, com um envelhecimento em boas condições, provavelmente se tornarão ainda maiores!

Por isso nesta lista é bem provável que existam vinhos de colheitas com quase dez anos, e que na minha ótica, poderão ser guardados e bebidos daqui a mais dez ou vinte anos.

Comecemos então esta lista que já estou a ficar com água na boca…

Os 10 Melhores Vinhos Tintos Portugueses

1. Mouchão Tonel 3-4 Tinto 2013

Mouchão Tonel 3-4
Mouchão Tonel 3-4 2013 Alentejo Tinto

Começamos com um dos meus vinhos monocasta preferidos – 100% Alicante Bouchet da região do Alentejo.

Um vinho exuberante e cheio de aroma e fruta. Por cerca de 180 euros podes encontrá-lo no KuantoKusta.

Este é um típico caso em que escolhi uma colheita de 2013 (já quase com 9 anos de envelhecimento, e grande parte dele em garrafa) e que me arrisco a dizer que daqui por 10 anos manterá as suas características e poderá ainda tornar-se um vinho mais evoluído e complexo.

2. PINTAS Douro, Tinto, 2019

Wine & Soul Pintas 2019 Douro Tinto
Soul Pintas 2019 Douro Tinto

Talvez por ser do Porto, conheça mais vinhos do norte de Portugal e nomeadamente do Douro. O Pintas 2019 é um belíssimo exemplo do que de melhor se faz nesta região demarcada (a mais antiga de Portugal e uma das mais antigas do mundo).

Diria que o preço de cerca de 115 euros é um exemplo de que os vinhos portugueses continuam a ser “baratos” quando comparados com os franceses, italianos ou até mesmo os dos nossos vizinhos espanhóis. Um vinho elegante e que está pronto a beber, mas que certamente tem um grande potencial de envelhecimento.

Proveniente de vinhas com mais de 80 anos (!) é muito aromático e os cheiros/sabores a amoras e chocolate são predominantes ao longo de toda a garrafa.

3. Casa Ferreirinha Reserva Especial 2009

Casa Ferreirinha Reserva Especial 2009
Casa Ferreirinha Reserva Especial 2009

Mais um vinho do Douro e desta feita de um dos maiores produtores (Sogrape) e uma das marcas mais icónicas da região – Casa Ferreirinha. Dizem que, as colheitas de anos excecionais que não chegam a ser Barca Velha, “ficam-se” por Reserva Especial. Desde que existe (1962), não foram feitas sequer 20 edições deste vinho (daí o “especial”).

Pois bem, este é o mais caro da lista – cerca de 400 euros!

Não tenho dúvidas em dizer que foi um dos melhores que já provei (nacionais e internacionais)! Quando o provei o ano passado, ele tinha já um estágio de doze anos (entre barrica e garrafa) e surpreendentemente diria que ainda estava muito jovem e exuberante. Intenso e com grande estrutura, capaz de acompanhar pratos fortes de caça e comidas condimentadas.

4. Quinta do Vale Meão 2017

Quinta do Vale Meão 2017 Douro Tinto
Quinta do Vale Meão 2017 Douro Tinto

E como não há duas sem três, continuamos na região demarcada do Douro. O Quinta do Vale Meão 2017 foi das descobertas mais recentes. Tem arrecadado prémios e distinções da imprensa especializada quer a nível nacional, quer a nível internacional.

Custa cerca de 230 euros e é sem dúvida um dos grandes vinhos nacionais! O blend que o compõe é elaborado a partir das castas mais conhecidas da região – Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Barroca e Tinta Roriz. Tem ainda um grande potencial de guarda, mas pode ser já consumido com pratos de carne intensos como cabrito ou javali.

5. Scala Coeli Alicante Bouchet 2016

Scala Coeli 2013 Alentejo Tinto 75cl
Scala Coeli 2013 Alentejo Tinto 75cl

Voltamos ao Alentejo e à casta Alicante Bouchet. Scala Coeli significa “escada para o céu”. E está bem pensado. Pois efetivamente, beber este vinho, é provavelmente uma ida ao paraíso dos vinhos.

Por cerca de 80 euros, temos a oportunidade de provar um vinho vibrante e muito fresco. Ainda com grande vigor e capaz de permanecer jovem por muitos anos. Um trabalho muito bom do produtor – a Fundação Eugénio de Almeida.

6. Pêra-Manca 2015

Pêra Manca 2015 Alentejo Tinto
Pêra Manca 2015 Alentejo Tinto

Também da Fundação Eugénio de Almeida e da região do Alentejo (Évora) chega um dos incontornáveis a nível nacional – o Pêra-Manca.

Feito a partir das castas Aragonez (55%) e Trincadeira (45%), revela uma grande complexidade aromática que nos envolve do primeiro ao último gole. Está pronto a beber, mas aposto que daqui a 10 anos estará igualmente elegante e com excelente acidez.

Custa aproximadamente 385 euros e é dos segundos mais caros da lista aqui apresentada.

7. Grande Rocim 2017

Grande Rocim Reserva 2017
Grande Rocim Reserva 2017

Um dos mais baratos da lista, cerca de 85 euros, o Grande Rocim é um vinho também feito da casta Alicante Bouchet que aliás como se percebe, é muito característica dos vinhos do Alentejo.

Um vinho que chega a parecer uma compota, tais são os aromas a fruta madura, não fossem os taninos e os aromas a tabaco e algumas especiarias como a pimenta preta.

Um vinho muito sério e que me deu imenso gozo provar.

8. Quinta das Bágeiras Pai Abel 2015

Quinta das Bágeiras Pai Abel 2015
Quinta das Bágeiras Pai Abel 2015

O único participante da região da Bairrada nesta lista. E merece. O Quinta das Bágeiras Pai Abel é um vinho de Mário Sérgio Alves Nuno que traduz o que de melhor se faz na região (e em Portugal). Revela grande complexidade e intensidade.

Pela quantia de 70 euros podemos provar um néctar dos deuses rico em aromas de especiarias, bagas e ervas, tudo em harmonia com uma elegância ímpar. Feito a partir das castas Baga e Touriga Nacional, é um vinho para se guardar por muitos e bons anos.

9. Quinta Vale D. Maria Vinha do Rio 2018

Quinta Vale D. Maria Vinha do Rio 2018
Quinta Vale D. Maria Vinha do Rio 2018

Rumamos novamente ao Douro e de lá já não sairemos. Este é o segundo vinho mais jovem da lista – 2018, o Quinta Vale D. Maria Vinha do Rio 2018.

Apresenta muita personalidade e taninos bem marcados. Não pode acompanhar um prato “assim assim”. Tem de ser algo pujante que se harmonize com a estrutura e densidade deste vinho. Uma carne maturada, pratos de caça ou um robalo ao sal diria que seriam sérios candidatos.

Custa aproximadamente 130 euros e é um bom investimento uma vez que falamos de um vinho que colheita após colheita tem mostrado muita consistência e é já uma referência na região e no panorama nacional.

10. Legado 2015

Legado 2013 Douro Tinto
Legado 2013 Douro Tinto

Para mim, um dos melhores e menos conhecidos vinhos portugueses. Feito de castas de vinhas velhas, este embaixador do Douro apresenta notas de frutos vermelhos vivos, balsâmicas e até um aroma mentolado.

Já se encontra bom para beber, mas arriscaria dizer que a sua longevidade dará para mais 15 ou 20 anos de envelhecimento.

É ideal para acompanhar pratos de carne, enchidos e queijos intensos. Custa 260 euros.

Conclusão

Esta lista apresenta vinhos que vão dos 65 aos 425 euros, o que demonstra que, para provar o melhor do melhor, pode não ser preciso vender um rim.

Muitos mais caberiam nesta lista, mas o ideal mesmo, é ir provando e construindo a própria lista.

Lembra-te sempre que o segredo para uma boa guarda de vinhos é mantê-los longe do calor e da luz direta.

Escolher um local fresco (entre os 10 e os 15 graus) e abrigado de luz solar, de forma a evitar a precipitação do seu envelhecimento.

Agora é fazer uma visita à secção de vinhos do KuantoKusta e escolhe um dos mais de mil vinhos para descobrir! Boas Provas!

Para aprofundar o conhecimento sobre vinhos:

Autor

O Rodrigo adora viagens, conhecer novas culturas e aproveita as suas deslocação dentro e fora de Portugal para viver experiências gastronómicas sempre acompanhadas de um bom vinho tinto, branco ou rosé.

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