Não ter o colchão certo em casa é o início do fim. E estou longe de estar a exagerar. Com um colchão inadequado, as noites são mal dormidas, surgem as insónias e as dores musculares.

Deste mal-estar acumulado noite após noite, resulta o mau-humor, a irritabilidade, a falta de concentração, a péssima memória, a falta de energia, a quebra de produtividade, o sistema imunitário mais debilitado…Problemas atrás de problemas pois o sono tem um impacto inegável em todos os aspetos biológicos e, consequentemente, a nossa qualidade de vida.

Tabela de Conteúdos

A importância de uma boa noite de sono

Dormir é uma questão de sobrevivência. Mas dormir bem, de forma tranquila e reparadora, é revigorante! Acordamos com mais energia, sentimos um bem-estar geral e lidamos melhor com o stress do dia a dia. E para uma boa noite de sono, o colchão faz toda a diferença.

Mas, com tantas marcas, materiais, tecnologias e especialistas, como escolher o colchão ideal? Esse foi o meu dilema quando, há 3 anos, fiz o upgrade de um T0 de desenrasque para um T1 acolhedor.

Nessa altura decidi investir as minhas humildes poupanças num colchão em que conseguisse dormir sem sentir o estrado por baixo. E digo investir porque foi uma decisão em prol da minha saúde e do meu bem-estar.

Fiquei com muitas dúvidas na altura em que decidi avançar com a compra pois não percebia nada de colchões. Valeu-me a pesquisa e as muitas mini sestas tiradas em vários estabelecimentos comerciais. Para que seja mais fácil escolher um bom colchão e mudar as suas noites para melhor, há 6 dicas que são essenciais.

Como escolher o colchão ideal?

1. Relação peso/altura

Os nosso peso e altura são dois dos primeiros aspetos a ter em conta na hora de escolher um colchão novo. Isto porque o colchão deve corresponder à anatomia do seu utilizador, combinando firmeza, flexibilidade, conforto e oferecendo a sustentação necessária para suportar e distribuir pressão de forma uniforme. Por isso é tão importante experimentar!

Deite-se de costas, de lado, de barriga para baixo, role de um lado para o outro e perca o tempo que for necessário para perceber como o colchão recebe o seu corpo. E nunca se esqueça: cada corpo tem o seu colchão, logo é provável que o colchão maravilhoso do vizinho não seja a melhor opção para si, independentemente dos seus materiais inovadores.

2. O tamanho e altura do colchão

Quando nos deitamos no colchão, por mais voltas dadas e por mais estranhas que sejam as posições escolhidas para dormir, as pernas e braços não devem alcançar as bordas. Assim, o colchão deverá ter um comprimento e uma largura de 20 a 30 cm a mais do que a estrutura do nosso corpo.

Os tamanhos e as dimensões dos colchões são padrão, de acordo com regulamentações europeias, podendo sofrer pequenas variações nos diferentes países europeus:

  • Colchão simples (de solteiro): para uma única pessoa, com medidas compreendidas entre 80/90 cm de largura por 190/200 cm de comprimento;
  • Colchão de corpo e meio: projetado especificamente para garantir mais espaço do que o colchão individual, para uma única pessoa, é um pouco maior, medindo 120 cm de largura por 190/200 cm de comprimento;
  • Colchão de casal: ideal para duas pessoas, tem uma largura de 140 a 170 cm e um comprimento de 190/200 cm;
  • Colchões personalizados: concebidos para quem tem necessidades especiais, podem ser produzidos com as dimensões desejadas.
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3. Densidade e firmeza

Colchões mais altos são mais densos e conseguem aguentar um peso maior. Um colchão muito fino não terá a estrutura adequada para garantir conforto, além de provocar dores na cervical, na lombar e nas articulações, se usado diariamente.

Colchões mais firmes garantem máximo conforto. No entanto, a firmeza tem conta e medida. O colchão não deve permitir que o nosso corpo se afunde em demasia, mas também não pode oferecer demasiada resistência a pontos como a bacia e os ombros, de forma a manter a coluna alinhada.

O importante é que respeite a curvatura natural da coluna vertebral. Por isso, aqui fica uma dica extra: quando for experimentar colchões, leve um amigo ou familiar que lhe possa dizer se a coluna permanece neutra ou se fica curva.

4. Sozinho ou acompanhado

Se dormir acompanhado, a escolha do colchão novo tem de ser feita em conjunto, considerando os diferentes tipos de corpo, as necessidades e as preferências de cada um. Mas, no final, a decisão deve pender para o lado de quem pesa mais.

No caso de não conseguir chegar a um consenso com o seu companheiro(a), ou se houver uma diferença muito significativa de peso, opte por um sistema de duas bases e colchões individuais unidos por um lençol-capa. O mais pesado deve ficar com o colchão mais firme, mais duro.

5. Tipos de materiais

Atualmente, há muita escolha de materiais no mercado. Perceber quais são as vantagens e desvantagens de cada um é crucial para escolher o colchão certo.

Colchões de espuma

Por norma, estes são os colchões mais conhecidos e também os mais económicos. A firmeza e a elasticidade de um colchão de espuma dependem da densidade da espuma e do ar injetados nas suas células.

Este material apresenta um bom isolamento térmico, o que é uma mais valia para o inverno ou para quem vive em países de climas frios.

Colchões de molas

Nesta categoria, existem os colchões de molas clássicas (bonnel) e os colchões de molas independentes (ensacadas).

As molas clássicas são compostas por esferas metálicas interligadas através de fios de forma espiral. Os colchões de molas ensacadas, por sua vez, destacam-se pela resistência que oferecem e pelo facto de não haver transmissão de movimento entre molas, o que é uma vantagem para quem dorme acompanhado, sobretudo se o parceiro(a) se mexer muito durante a noite.

Os colchões de molas têm melhor ventilação do que os de espuma ou de látex, pelo que são uma boa opção para quem vive em regiões de climas mais quentes ou para quem transpira bastante.

Por outro lado, há o risco de as molas partirem ou perderem força, o que pode provocar deformações no colchão.

Colchões de látex

Os colchões de látex são compostos por um núcleo de borracha natural ou sintética. Este é um material que se adapta muito bem ao corpo e que apresenta uma ventilação razoável, pois é perfurado para o efeito.

Além disso, oferece um ótimo isolamento, o que faz com que seja uma opção durável. Em simultâneo, é um material que protege de fungos, ácaros e bactérias e, por isso, é ideal para pessoas que sofrem de alergias respiratórias e asma.

Colchões de espuma com memória (ou colchões viscoelásticos)

A espuma viscoelástica levou o Homem à lua. Verdade! Desenvolvida pela Nasa, esta espuma de memória adapta-se milimetricamente ao corpo, sem que surjam deformações no colchão com o uso (não cria “covas”).

Além disso, muitos dos colchões viscoelásticos suportam qualquer peso e altura, sem perderem qualidade ou conforto.

Colchões de água e ortopédicos

Os colchões de água são, tão simplesmente, um saco de borracha ou de PVC cheio de água.

Adaptam-se muito bem ao corpo e acompanham todos os seus movimentos, mas podem gerar algum ruído e são pesados e difíceis de transportar.

Os colchões ortopédicos são compostos por gel ou por espuma visco elástica, garantindo uma distribuição ótima da pressão. Contudo, não oferecem vantagens concretas para pessoas saudáveis e, muitas vezes, a palavra “ortopédico” surge apenas como uma estratégia de marketing, por isso, muita atenção!

6. Garantia oferecida pelo fabricante

Por norma, as garantias oferecidas pelos fabricantes de colchões têm um período superior aos habituais 2 anos. E este é um aspeto importante a considerar no momento de compra. Por exemplo, quando a marca oferece garantia de dez anos, está a assumir que o colchão se manterá em condições adequadas por todo esse tempo – desde que siga as recomendações de uso.

Depois de escolhido o colchão perfeito é hora de desfrutar de noites de descanso e conforto. Mas há aspetos que não podemos esquecer para manter o “investimento” em bom estado.

Limpe o colchão para o conservar por mais tempo 

É fundamental limpar o colchão, pelo menos, uma vez por ano, de modo a garantir que os fungos, ácaros e bactérias não se propagam. Aproveite os dias de sol para fazer esta limpeza, pois assim consegue que o colchão seque e areje de forma mais rápida e conveniente.

Quando devo substituir o colchão?

É importante substituir o colchão após 8 a 10 anos de uso. Afinal, ele é utilizado várias horas diariamente e acaba por perder firmeza e altura.

Deixe o colchão arejar e mude a sua posição

É importante arejar bem a cama diariamente e virar o colchão regularmente, de cima para baixo e da cabeceira para os pés, para não criar zonas de deformação permanente, são cuidados que ajudam o colchão a durar mais um pouco.

Conclusão

E, por fim, despeço-me com soluções para uma dúvida que só vai surgir quando, finalmente, escolher o colchão novo: o que fazer ao velho?

Se o colchão ainda estiver num estado razoável, pode optar por doá-lo a uma instituição de apoio social interessada. Mas se não tiver condições para ser usado, quando comprar o novo, pergunte ao distribuidor se recolhem o antigo.

Se não for o caso, só lhe resta uma alternativa: contactar a autarquia e procurar saber se dispõe de um serviço municipal de recolha de monstros domésticos.

Autor

Esposendense de coração, a Diana é doida por boa comida e anda constantemente perdida nos motores de busca de voos, em pulgas com a próxima aventura. Acalma os bichos carpinteiros com treinos diários de cross training e rende-se facilmente perante um bom storytelling.

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