Entre os dois e os três anos de idade, não falta energia, imaginação, entusiasmo e vontade de explorar.

De um modo geral, as crianças mostram-se mais sociáveis, sentem-se mais confiantes nas suas capacidades físicas, procuram ser mais autónomas e começam a desenvolver um sentido cada vez mais vincado de identidade pessoal.

Brincar é importante para o desenvolvimento

Durante esta etapa, as conquistas mais comuns* são verdadeiramente contagiantes [1][2]:

  • Começam a correr mais e mais rapidamente, sobem e descem sofás e cadeiras sem ajuda, sobem e descem escadas agarradas ao corrimão, abrem portas e parece que toda a atenção é pouca quando os bichos-carpinteiros acordam;
  • Chutam a bola e atiram-na por cima da cabeça;
  • Observam o que as rodeia e comparam, classificam e analisam, estabelecendo relações e categorias, como masculino/feminino, grande/pequeno e alto/baixo;
  • Começam a conhecer as cores, os animais e as partes simples do corpo humano;
  • Reconhecem membros da família e objetos usados diariamente;
  • Falam para elas próprias enquanto brincam;
  • Já sabem algumas palavras e usam frases simples do tipo sujeito, verbo e predicado;
  • Demonstram as suas frustrações e fazem as primeiras birras;
  • São ávidas pela atenção dos adultos e querem constantemente mostrar brinquedos e objetos;
  • Comem sozinhas, pintam rabiscos, passam as páginas de um livro, decoram canções simples e imitam os adultos.

A imaginação está no auge e “Eu faço!” transforma-se numa das frases mais usadas pelas crianças, entusiasmadas com todas as oportunidades de fazer algo sozinhas [2].

Nesta fase de crescente independência e consciência de si próprias, é fundamental dar-lhes espaço e tempo para fazerem aquilo que mais gostam: brincar.

Mais do que um momento de diversão, brincar é um momento para observar, explorar, descobrir, inventar e criar. É uma forma de se relacionarem com os outros, de lidarem com os seus próprios sentimentos, de aprenderem a tomar decisões, de compreenderem o que as rodeia e de praticarem novas habilidades [3][4].

9 sugestões de brinquedos para crianças entre os 2 e 3 anos

A partir dos dois anos, os brinquedos passam a ser companheiros de todos os dias e das mais incríveis aventuras. Companheiros que dão à pequenada a oportunidade de arriscar, experimentar e aprender por si.

Mas antes de avançarmos com as melhores opções, relembramos três aspetos a considerar no momento da compra: os materiais de fabrico, o design, tipo de acabamento e tamanho e a idade para que é recomendado.

Falamos de cada um destes critérios no artigo sobre os melhores brinquedos educativos para bebés até um ano de idade. São características que ajudam a fazer escolhas mais inteligentes na hora de comprar um brinquedo novo para os mais pequenos.

Para quem está à procura do brinquedo certo para uma criança com quase três anos, curiosa, com energia para dar e vender, deixamos 9 sugestões que prometem proporcionar horas de diversão, descoberta e aprendizagem.

1. Brinquedos do faz-de-conta e jogos de imitação

Nestas idades, os mais pequenos adoram ser médicos, professores, chefes de cozinha, mecânicos, mães… Com esta representação de papéis, dão asas à imaginação e aproximam-se do mundo que as rodeia.

Através de brinquedos como cozinhas de brincar, mala de ferramentas, alimentos de brincar, kits médicos, etc., as crianças reproduzem situações já vividas e/ou observadas e exprimem verbalmente as suas ideias, emoções e sentimentos.

2. Brinquedos desportivos

Para os mais pequenos que correm, sobem, descem, saltam, que não conseguem estar quietos, os brinquedos desportivos são perfeitos para libertar toda a energia.

Uma baliza de brincar e uma bola de futebol, um cesto e bola de basquetebol, um tapete da macaca, uma bicicleta ou triciclo sem pedais são brinquedos que encorajam novos movimentos, ajudam a desenvolver a coordenação motora e introduzem as crianças a novas modalidades desportivas.

3. Jogos de tabuleiro e de mesa

Os jogos de tabuleiro são especialmente concebidos para proporcionar momentos de sociabilização entre as crianças e reforçar os laços e os momentos de diversão em família.

Além disso, ajudam a estimular o raciocínio lógico, a memória, a concentração, a capacidade de ultrapassar obstáculos, a entreajuda (no caso dos jogos em equipa) e o espírito competitivo (saudável, na dose certa).

4. Instrumentos musicais

Na etapa dos dois aos três anos de idade, ouvir música, dançar, aprender canções e imitar performances musicais costumam ser das brincadeiras preferidas das crianças. Uma guitarra, uma bateria ou um microfone prometem transformar o mais pequeno num verdadeiro artista.

Os brinquedos musicais ajudam as crianças a desenvolver as suas capacidades criativas, a distinguir diferentes sons e até a melhorar a coordenação motora.

5. Jogos didáticos

Os jogos didáticos como jogos de memória com cartões, jogos que estimulam os sentidos, jogos que dão a conhecer os números, as letras, as cores e as formas geométricas de forma divertida e dinâmica, ajudando a exercitar o pensamento lógico e o raciocínio.

6. Livros

A partir dos dois anos, as crianças conseguem segurar e folhear um livro, procuram e mostram aos adultos as ilustrações que já conhecem e adoram que lhes leiam histórias, especialmente antes de dormir.

Os livros são essenciais para estimular a imaginação, a capacidade de ouvir e a expressão verbal. Além disso, proporcionam momentos únicos de partilha entre pais e filhos.

Para estas idades, recomendam-se livros com ilustrações ampliadas e coloridas, com rimas, canções ou textos simples que os mais pequenos consigam decorar e livros que contem histórias pequenas sobre crianças, famílias, animais, mas que introduzam temas grandes, como a partilha, a amizade e o respeito.

7. Jogos de trabalhos manuais

A criatividade cresce quando nos é permitido explorar a capacidade de criar.

A plasticina, os lápis de cera, as pinturas a dedos, os quadros de escrever e todos os brinquedos que permitem colorir, modelar e construir são valiosos para que as crianças estimulem a veia artística, a capacidade de produzir algo original, e desenvolvam a sensibilidade tátil.

8. Jogos empilháveis, encaixáveis e de blocos

Comboios de brincar, cubos numerados, puzzles, construções de pinos, entre outros, vão despertar a curiosidade dos mais pequenos e mantê-los interessados durante muito tempo, apurando noções de problema-solução e de causa-efeito.

9. Veículos e pistas

Pistas de velocidade, carros, camiões, comboios, motas, telecomandados ou não, que deem luzes e façam sons, transportam as crianças para várias aventuras e momentos bem divertidos.

Resumo

Acima de tudo, brincar é preciso. Sejam quais forem as brincadeiras e os brinquedos preferidos dos pequenos lá de casa, brincar é fundamental para a educação e para o desenvolvimento motor, cognitivo, social e emocional das crianças [5].

Como adultos, devemos incentivar e participar nas brincadeiras, elogiando tentativas e conquistas e incentivando a não desistir quando a frustração tenta levar a melhor.

Deste modo, estaremos a contribuir para criar um ambiente de fantasia seguro, repleto de amor, onde as crianças se sentem confiantes para realizarem tudo o que imaginam.

 

*Cada criança é única e tem o seu próprio ritmo de desenvolvimento. As conquistas mencionadas no artigo são apenas uma generalização.

Fontes:
[1] https://www.maemequer.pt/desenvolvimento-infantil/desenvolvimento-fase-a-fase/etapas-desenvolvimento/a-crianca-aos-2-anos/
[2] http://www.apf.pt/crianca-ate-aos-3-anos
[3] https://www.omeubebe.com/criancas/atividades-jogos/brincadeiras-criancas-2-anos
[4] https://www.noticiasmagazine.pt/2017/brincar-filhos-familia/estilos/comportamento/82745/
[5] https://primeirosanos.iscte-iul.pt/2019/05/08/a-importancia-do-brincar-para-a-aprendizagem-e-o-desenvolvimento-na-infancia/

Autor

Esposendense de coração, a Diana é doida por boa comida e anda constantemente perdida nos motores de busca de voos, em pulgas com a próxima aventura. Acalma os bichos carpinteiros com treinos diários de cross training e rende-se facilmente perante um bom storytelling.

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